domingo, 27 de março de 2011

Parto natural...

Hoje vou partilhar convosco um texto de uma linda mulher que eu admiro imenso!
Sofia Machafo, tens o dom de pôr em palavras os meus pensamentos profundos.
Obrigado.

Aqui vai, leiam e guardem dentro de vós:


Receita para criar uma mulher mandona:

ingredientes:

- Uma cultura de culpa e vergonha

- Excesso de afazeres e sentido de responsabilidade

- Imagem cultural da mulher que aguenta tudo e mantém o seu ar plácido e cooperante

- retirar famílias alargadas de qualidade

- Deixar apenas julgamentos de valor

Colocar tudo isto na panela de pressão da vida comum e aí as temos.

Os filhos nascem e elas são as sacrificadas, que andaram com grandes barrigas e pariram com dor. E agora não dormem e dão de mamar. E agora já não dão de mamar e têm de trabalhar e chegam a casa para cuidar do jantar, da loiça, das roupas, do bebé e dormir...

As mulheres não são ensinadas a pedir. São ensinadas a aguentar. A mãe-sacrificada continua a ser o nosso modelo. Achamos normal teoricamente, enquanto na realidade não aguentamos e acabamos por ser a mãe sacrificada revoltada que já não consegue pedir sem um travo de amargura.

As mulheres pedem quando já falhou. Antes, muitas vezes, esperaram que os maridos adivinhassem o que havia a fazer e dizem: "mas a mim também não precisam de me dizer o que fazer." Mas isso não é verdade.
Desde que uma menina nasce ela é ensinada a ver o que há a fazer.

As mulheres querem ser ajudadas mas não poucas vezes é pior a emenda que o soneto, porque não é claramente melhor uma má ajuda do que ficar sem ajuda. Pedir ajuda pressupõe que se aceitam ajudas como elas vierem. Os outros não são as nossas réplicas.
Então às vezes é tentador mandar o marido ir dar uma volta com os miúdos para finalmente podermos cuidar da casa.

E embora fosse bom envolver todos desde cedo, as crianças começam por atrapalhar mais do que ajudam e os maridos, quantas vezes parecem crianças grandes.

"Todos sujam e só eu é que limpo"
Quantas vezes ouvi isto.
Quantas vezes o disse...

Os rapazes na esmagadora maioria das vezes não foram preparados para cuidar da casa. Nem para cuidar das pessoas. Foram preparados para cuidar de si, e muitas vezes nem isso.
As meninas são preparadas para evitar dizer não. Para evitar levantar confusão. E é toda uma cultura de excelência que lhes mostra modelos físicos, modelos de donas de casa perfeitas, modelos de mulheres de carreira. Modelos por toda a parte.
E depois, uns e outros crescem e esbarram-se no muro dos seus sonhos que aparentemente são os outros com a sua inépcia.

Decepção. É a palavra.

E eu vejo, as mulheres mandonas por toda a parte. Dizem aos maridos como devem pegar nos filhos, e para não segurarem assim, e para não dizerem isso, e para irem fazer isto e aquilo.

E vejo os maridos a aguentar, a tentar ter paciência, e a perder a paciência com uma namoradinha que se transformou num carrasco exigente e descontrolado.

Há cada vez mais homens que AJUDAM. Muito obrigada... E as mulheres? Ajudam? Ou fazem?

E as crianças? Ajudam?

As crianças observam e repetem.

Uma coisa que vejo muito em mulheres mandonas é que compram bem mais do que precisam.
A razão é sempre a mesma. Tentativa de controlar o descontrolado. O seu pânico de não ser suficiente.
Muitas compras parecem aliviar por momentos.

Transição para um mundo sem petróleo, com menos consumo e menos desperdício, com uma gestão racional de recursos e de relações; começa nas famílias e acaba nas famílias.

As mulheres mandonas podem levar uma chapada. Tem sucedido. Ou acaba tudo aos berros com os miúdos no quarto a ouvir. Com medo e consternação.
Ou...
Passa-se à maturidade.

Cuidar da terra. Cuidar das pessoas.
Já escrevi outro post que falava das famílias demasiado pequenas.
E sublinho o peso do excesso de exigência. Casas desarrumadas, isolamento, vergonha. Ou casas arrumadinhas, com um bando de stressados lá dentro.
E a carreira, o trabalho... as horas... a falta de dinheiro... o consumo em excesso mesmo assim...
As mães mandonas compreendem-se quando param de querer fazer de conta que estão certas. E que todos os outros estão errados.
Simplesmente são necessárias familias alargadas inventadas, criadas por escolha, como prioridade sobre qualquer arrumação de casa. Parar de tecer críticas constantes para dentro e para fora como um ricochete de stress.

Ninguém nos conhece realmente. Ninguém sabe. Ninguém imagina. O que é.

E no entanto... é uma infestação de exigências e descontentamento por essas famílias fora. Cabeças enterradas na areia... "aqui em casa não... tudo bem...ele até ajuda... e eu prefiro fazer as coisas e já não discuto"

Tinha piada, criar um novo modelo. A casa desarrumada com um placard à porta: "Aqui, as pessoas têm tempo umas para as outras".

E depois convidavam-se os vizinho para verem. Estávamos orgulhosos: "Estes somos nós. E esta é a nossa casa"

E os vizinhos roíam-se de inveja e queriam ser assim também. Descontraídos. Realizados. Sem culpa, sem vergonha. Sem ter de provar nada a ninguém.

E as mães recentes íam às casas umas das outras ver a bagunça umas das outras e era um alívio! Aahhh, afinal aqui também é assim.
claro... com felicidade. Aqui as pessoas importam mais.

E quem sabe, não podia ser programa de domingo com os amigos. Juntar-se tudo na casa de um com lanchinho volante e tudo a arrumar a sala. "Epá!! que belo postal de 1987!" E ficavam todos orgulhosos da bagunça dos amigos.

Retirava-se a culpa, retirava-se a "obrigação", retirava-se a vergonha, o stress, o desatino. E cuidar da casa passava a ser mesmo, objectivamente só isso. Um exercício de partilha de algo sem componente emocional, sem sentimentos destrutivos, sem solidão.
"O que fazem hoje?"

"Ah, hoje vamos arrumar a sala"

"Fixe.. nós hoje queremos arrumar a garagem."
E era um programa como outro qualquer. Como ir á esplanada da praceta e comer uns caracóis, ou beber uma 7up com os amigos. Os mesmos que nos adoram. Por sermos gente de paz.
Sofia Machado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tão maravilhosa esta musica!! Para todas vós sentirem!!

quinta-feira, 24 de março de 2011

1º Encontro Mães da Serra

Olá a todas!!
Todas as mães (e pais que queiram vir) da serra da Estrela estão convidadas para este lindo encontro, no dia 30 de Abril!!
Vamos partilhar experiências e amizade!!

Clicar na imagem para ampliar!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Uma lembrança para todas vós, mulheres.

"Jamais permitas que algum homem a escravize, nasceste livre para amar e não para ser escrava.

Jamais permitas que teu coração sofra em nome do amor.
Amar é um ato de felicidade, por quê sofrer?

Jamais permitas que teus olhos derramem lágrimas por alguém que jamais fará você sorrir!

Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado.O corpo é moradia do espírito, por quê mantê-lo aprisionado?

Jamais te permitas ficar horas esperando por alguém que jamais virá, mesmo tendo prometido.

Jamais permitas que teu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome tu sequer sabes!

Jamais permitas que teu tempo, corpo e coração seja desperdiçado por alguém que nunca terá tempo para ti.

Jamais permitas ouvir gritos em teu ouvido.
O Amor é o único que pode falar mais alto!

Jamais permitas que paixões desenfreadas te transportem de um mundo real para outro que nunca existiu.

Jamais permitas que os outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo.

Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente.

Jamais permitas que teu útero gere um filho que nunca terá um pai. (E se tu o gerar saiba que a dádiva da Mãe-Deusa é apenas Tua, crie e eduque teu filho/filha de modo que possa vir a ter força e jamais tema ser mãe solteira; o pecado está apenas na mente dos fracos.)

Jamais permitas viver na dependência de um homem como se tu tivesses nascido inválida.

Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar os brilho de teus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de ti.

E, sobretudo, jamais permita-se perder a dignidade de ser mulher!"

Provável código de honra e moral das mulheres sábias e sacerdotisas celtas.
(Para ser utilizado também como um código de conduta e moral feminina entre todas as Mulheres e Filhas da Grande Mãe)

Obrigado Catarina.

quarta-feira, 2 de março de 2011