terça-feira, 29 de setembro de 2009

Induzir o trabalho de parto naturalmente

O que fazer quando o bebé parece não querer nascer?
Há métodos naturais de induzir o parto?


Para muitas mulheres, o final da gravidez, sobretudo quando se ultrapassam as 40 semanas de gestação, é um crescendo de ansiedade. A família toda pergunta: «Ainda não nascceu?». O médico quer marcar a indução do parto, se é que não marcou ainda, e o bebé não dá sinais de querer nascer. O que fazer?
Em primeiro lugar, convém ter presente que apenas cinco por cento das mulheres dão à luz na data prevista. Algumas entram em trabalho de parto antes, mas a maioria dá à luz alguns dias depois desta data. Na verdade, a data prevista, apontada pelo médico no início da gravidez, não é mais do que uma referência. Uma gravidez só é considerada pós-termo depois de ultrapassadas as 42 semanas.
Em muitos países europeus, só se faz indução por rotina às 42 semanas e não às 40 ou 41 como acontece em Portugal, na generalidade dos hospitais.

Como pode ler-se no «Guide to Effective Care in Pregnancy and Childbirth», «A indução do trabalho de parto antes de 41 semanas de gestação não está associada a qualquer vantagem além de uma pequena redução da presença de mecônio no líquido amniótico. A redução da morte perinatal associada à indução de trabalho de parto parece ser limitada a gestações a partir de 41 semanas de duração. Uma política de indução rotineira com 40-41 semanas em gestações normais não pode ser justificada à luz desses dados de estudos controlados, e é inaceitável para muitas mães.»

Quem ultrapassa as 40 semanas de gestação, parece que fica, de repente, com um problema. Quando na verdade, é uma situação perfeitamente normal. Já ultrapassar as 41, conseguindo evitar uma indução, é uma verdadeira raridade no nosso país.

Se está nesta situação, sentindo-se pressionada pelas datas, pelos médicos, pela família, pode tentar alguns métodos naturais de estimulação do trabalho de parto. Estes métodos só irão funcionar se o colo do útero estiver maduro, ou seja, se o trabalho de parto estiver na realidde para breve. Caso contrário, não terão qualquer efeito, ou seja, também não têm contra-indicações, portanto não perde nada em tentar.


Sexo
A actividade sexual pode fazer desencadear o parto por duas vias. Por um lado, o esperma contém prostaglandinas (hormonas envolvidas no parto), que amolecem a cérvix e promovem o apagamento do colo do útero. Alguns dos medicamentos usados na indução do parto, no hospital, são precisamente prostaglandinas sintéticas. Não pense, contudo, que o esperma poderá trazer riscos antes do final da gravidez, desencadeando partos prematuros. Ele só poderá ter algum efeito se o colo do útero estiver já em processo de amadurecimento.

Por outro lado, o orgasmo feminino também pode ter o seu papel no desencadear do parto, pela grande libertação de ocitocina que provoca. Esta é outra das hormonas também envolvida no processo de parto fisiológico. E também, na sua forma artificial, na indução do parto no hospital.

A estimulação dos mamilos também conduz à produção de ocitocina e às contracções uterinas. Pode usar este método sozinha ou acompanhada, no contexto da actividade sexual ou não.

Caminhar
É um dos conselhos dados por todos os médicos na fase final da gravidez: «Ande muito» Estar em posição vertical e caminhar pode ajudar o bebé a descer mais um pouco. Mesmo com o trabalho de parto iniciado, convém caminhar, manter-se na vertical, podendo pôr-se de cócoras na altura das contrações.

Aproveite para dar grandes passeios. Se estiver cansada, descanse um pouco e depois recomece. Vá bebendo água. E conversando com o seu bebé.

Comida picante
É uma boa altura para ir a um restaurante indiano ou tailandês. Abuse do picante. Estes temperos são tradicionalmente conhecidos pelo seu poder de desencadear o parto. Acredita-se que a pimenta e outras substâncias picantes podem aumentar a produção de endorfinas (presentes quando o corpo está relaxado, dão bem-estar). Apesar de não haver estudos científicos a prová-lo, é um método inócuo, sobretudo se for fã deste tipo de pratos.

Banho quente
O efeito da água quente está estudado: promove o relaxamento dos músculos, a circulação sanguínea, a descontracção. Portanto, pode ajudar no desencadear do parto. Se estiver com contracções irregulares, as «falsas partidas», experimente um duche quente e demorado. Pode ser o suficiente para as contracções se tornarem mais fortes e regulares.

Acupuntura
Há certos pontos do organismo que quando pressionados desencadeiam contracções uterinas. Tal como pode ajudar no desenrolar do parto, a acupunctura pode ajudar a iniciar o processo. Mas só deve ser feita por um profissional experiente e credenciado.

Plantas medicinais
Chás de gengibre, cravo e canela podem ajudar a desencadear o parto.

As emoções
Estar preparada emocionalmente para a chegada do bebé é um pressuposto essencial para que o parto se inicie. A enfermeira Lúcia Leite afirma que «a preparação para o parto se faz na cabeça e no coração». Por vezes, são bloqueios emocionais que estão a impedir o trabalho de parto. Converse com alguém da sua confiança. Abra-se e verá que tudo correrá bem.

Posições para o parto


(clique na imagem acima para a aumentar)
Durante o trabalho de parto existem posições que podem contribuir para o alivio das dores durante as contracções e consequentemente ajudar a grávida a sentir-se mais confortável...
O importante é que a grávida não fique durante todo o trabalho de parto parada e deitada de costas, pois isso alem de tornar o trabalho de parto mais doloroso, não contribui para o avanço do mesmo,a grávida deve mexer-se e procurar uma posição em que se sinta mais confortável!
Ficam aqui algumas sugestões:

Ajoelhar-se.
Use uma bola de parto ou faça um monte com almofadas e encoste-se a ele.
É uma boa posição para aliviar e relaxar.
No hospital, levante a cabeça da cama e ajoelhe-se na parte mais baixa da cama e descanse os braços e tronco na parte alta da cama(cabeceira).


Inclinar-se para a frente.
Seja sentada numa cadeira ou apoiada na cama do hospital.
Esta posição pode aliviar as dores nas costas e é boa para o acompanhante ou a doula fazerem uma massagem no fundo das costas.


Balançar.
Balance-se para a frente e para trás, para os lados, pode usar uma cadeira, uma bola de parto, estar de pé,como preferir!


De cócoras.
Esta posição como abre mais a pélvis, facilita a descida do bebé para o canal de parto.
Use uma cadeira, uma parede, ou então peça ao seu companheiro ou doula para se sentarem numa cadeira e assim a apoiarem e ajudarem a suster o seu peso quando está de cócoras virada para eles.
Esta posição também é muito boa para o período expulsivo.


Uma perna elevada.
Coloque o pé em cima de uma cadeira e durante a contracção incline-se suavemente para a frente.


Dançar.
Apoie-se no seu companheiro ou doula, ponha os seus braços à volta do pescoço dele,encoste a cabeça no seu peito de forma a que o acompanhante ajude a suster o seu peso e dance, baloice-se, faça oitos com a anca,seja imaginativa e procure o ritmo que a alivia durante as contracções.
Também é boa para enquanto alguém a segura, outra pessoa fazer massagens nas costas.


Deitada de lado.
Se estiver cansada esta pode ser uma boa posição para descansar.
Deite-se de lado com uma almofada entre as pernas e relaxe.


De gatas.
Esta posição pode ajudar a aliviar as dores nas costas devido ao peso exercido pelo bebé e ajuda o bebé a girar-se e a posicionar-se melhor para o parto.
É uma boa posição para o período expulsivo.


Se no período expulsivo não puder estar noutra posição esta é uma boa alternativa.
Sente-se, pode pedir ao seu companheiro ou doula que se sentem por detrás de si e a apoiem, incline-se para a frente e puxe os seus joelhos atrás.


Lembre-se, o importante é estar confortável seja em que posição for,
experimente as posições que quiser e mude de posição sempre que lhe apetecer.

domingo, 27 de setembro de 2009

Sintomas de gravidez

Sintomas de gravidez


Hipersensibilidade mamária ou mamilar
É uma das primeiras alterações físicas relacionadas com o início da gravidez: passar a “sentir que tem mamas”! Pode sentir hipersensibilidade, peso e dor ligeira persistente ou sensação de enchimento e peso e, um pouco mais tarde, rápido aumento de volume mamário. Claro que estas alterações (habitualmente mais intensas na primeira gravidez) são provocadas pelo aumento dos níveis circulantes das hormonas esteróides (estrogénios e progesterona).

Hemorragia genital ligeira
Algumas mulheres têm pequenas / ligeiras perdas de sangue por via vaginal (tipo spotting) mais ou menos coincidente com a suposta falta menstrual. Estas perdas são entendidas clinicamente como hemorragias da nidação ou implantação e podem acompanhar-se de moínhas pélvicas semelhantes às menstruais mas menos intensas.

Fadiga e sono
É muito frequente as senhoras referirem cansaço e, em especial, sonolência nas primeiras semanas da gravidez. Isto pode corresponder a uma simples forma de defesa em relação a trabalhos mais violentos ou a uma reacção natural do corpo ao grande esforço desenvolvido no início da gravidez e à consequente adaptação do organismo materno à nova situação [maior produção de hormonas (a progesterona é conhecida como natural depressora!), aumento do volume sanguíneo circulante, aumento do débito cardíaco, transporte de nutrientes para o feto…].

Náuseas e vómitos
As náuseas (enjoos) matinais, com ou sem vómitos, são dos mais frequentes sintomas relacionados com o primeiro trimestre da gravidez mas podem prolongar-se até mais tarde. As grávidas podem sentir também hipersensibilidade a alguns odores (alguns alimentos, tabaco, café, perfumes, etc.) que podem agravar as náuseas e vómitos.

Aumento da frequência urinária
Muitas grávidas referem aumento da frequência urinária, durante o 1º trimestre da gravidez, o que volta a acontecer no final da gestação porque o grande volume uterino limita a capacidade da bexiga.

Aversão a alguns alimentos
Ou pelo seu odor natural ou por alteração da sensibilidade gustativa em relação a determinados alimentos, causam a muitas grávidas repulsa a esses alimentos. Pelo contrário, também podem surgir apetites selectivos em relação a certos tipos de comida.

Obstipação
É também um sintoma frequente no decorrer da gravidez, provavelmente devido à lentidão da digestão por influência da maior concentração da progesterona circulante.

Alterações do humor
A gravidez é para a mulher um período de maior sensibilidade, podendo surgir com alguma frequência crises inexplicáveis de choro e de ansiedade como resultado de uma maior instabilidade emocional.

Cefaleias
Várias grávidas têm com frequência dores ligeiras de cabeça, em especial durante grande parte do 1º trimestre. Tal sintoma poderá ser consequência da adaptação ao aumento do volume circulante.

Ausência de menstruação

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando solicitar uma doula pós-parto?


Quando solicitar uma Doula pós-parto?
Assim de simples, se uma destas situações for a sua, não duvide em receber o apoio de uma Doula no seu domicílio.

*No hospital depois do nascimento
*Ao regressar a casa depois do parto
*Se o meu companheiro volta ao trabalho e fico em casa sozinha, horas e horas
*Se me sinto sem defesas, cheia de medos
*Se o meu bebé chora muito e não consigo acalmá-lo
*Se não sinto prazer em dar de mamar
*Se simplesmente estou triste com vontade de chorar
*Se me sinto desconectada, irritada com o bebé
*Se o dia é muito longo, quando estou sozinha
*Se não sei a quem fazer as minhas perguntas
*Se estou angustiada e não tenho ninguém realmente disposto a ouvir-me
*Se não consigo brincar com os meus filhos maiores, se eles reclamam cada vez que trato do bebé
*Se me sinto culpada por não estar a fazer "as coisas" bem
*Se estou exausta e desbordada
*Se tive gémeos (mesmo se recebo ajuda no dia-a-dia)
*Se me diagnosticaram uma depressão pos-parto

Considerando que o Puerpério é uma etapa que pode prolongar até aos dois anos de idade do novo bebé, a frequência e a duração dos encontros dependem das necessidades e possibilidades de cada mãe.

Fonte: Laura Gutman http://www.crianza.com.ar/
Tradução e adaptação: Rita Sousa

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sinais de trabalho de parto




O trabalho de parto ocorre normalmente entre a 38ª semana e a 42ª semana de gestação.
Existem alguns sinais de que o parto começou ou irá começar em breve,tais como:
  • Expulsão do Rolhão Mucoso, que consiste na eliminação, pela vagina, de muco gelatinoso,transparente, rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do parto e significa que o nascimento estará para breve.
  • Rotura da Bolsa de Águas, que é a saída de líquido amniótico pela vagina, devido à rotura das membranas que envolvem o bebé. Pode sair lentamente e apenas sentir humidade nas cuecas(também muitas vezes causada por perdas de urina) ou de repente, em grande quantidade. Normalmente, é claro e transparente. Desde a rotura de bolsa de água até ao desencadear do trabalho de parto e contracções pode demorar algumas horas ou até dias(Após a rotura de bolsa convém evitar relações sexuais antes do trabalho de parto começar).
  • Contracções Uterinas Regulares - No início do trabalho de parto, as contracções são irregulares (isto é, os intervalos não são certos) e são pouco frequentes. Começa por sentir que a barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se tornando mais regulares, mais intensas e mais próximas. Quando as contracções forem regulares, com intervalos de dez minutos, o parto está próximo. Mas atenção que é frequente a partir do 6ºmês haverem contracções, mas ocasionais e não dolorosas, são as chamadas contracções de Braxton Hicks.
Estes sinais não são motivo para ter medo,stress,ou outro sentimento menos bom em relação ao que está para acontecer. Estes são sinais de que muito brevemente terá o seu filho nos seus braços e que vai atravessar uma das fases mais maravilhosas da sua vida, ser mãe!
É um momento muito especial, de amor, alegria, família!

Massagem do períneo

Se a grávida preparar o perìneo antes do parto, tem bastantes mais hipóteses de não sofrer uma laceração do perìneo ou uma episiotomia durante o parto.
Massajar esta zona regularmente depois das 34 semanas vai fortalecer e dar mais elasticidade ao períneo, o que vai ser certamente uma grande ajuda durante o parto.
Deixo-vos aqui a explicação:

A massagem no períneo no período pré-natal tem-se mostrado eficaz na prevenção da necessidade da episiotomia e na diminuição das lacerações que a mulher pode ter durante o parto.

Essa técnica é usada para ajudar no alongamento/flexibilidade e preparar a pele do períneo (parte de pele, músculos etc. entre a vagina e o ânus) para o parto.

Essa massagem não vai apenas preparar o tecido do seu corpo, mas vai também permitir que você conheça e aprenda sobre as sensações do parto e como controlar esses poderosos músculos. Este conhecimento a auxiliará ao preparar-se para dar à luz o seu bebé. O conhecimento do que você sente nessa região do corpo vai ajudá-la a manter-se relaxada e a relaxar o períneo no parto e também durante outros exames vaginais que tenha que fazer em sua vida.

INSTRUÇÕES:



- Encontre um lugar onde se possa sentar e estar sozinha, ou com seu parceiro, ininterruptamente.

- Tente ver seu períneo com ajuda de um espelho, note como ele é. Nem sempre será necessário um espelho para essa tarefa!

- Pode usar compressas com toalhas mornas no períneo por 10 minutos, ou tomar um banho morno (de banheira, assento, ou chuveiro, em último caso), caso precise relaxar.

- Lave as suas mãos e peça ao seu companheiro para fazê-lo também, caso ele a ajude nas massagens.

- Lubrifique seus dedos polegares e o períneo. Você pode usar muitos tipos de lubrificantes: Gel Lubrificante Íntimo (encontrado nos hipermercados e farmácias), KY Gel®, óleo de vitamina E, óleo vegetal puro (óleo de semente de uva é uma boa indicação!), etc.

- Coloque seus dedos polegares um pouco dentro de sua vagina, empurre-os para baixo e pressione para os lados. Deve sentir um leve estiramento, formigamento, ou uma leve queimação, mas nada que seja dolorido. Mantenha esse movimento por 2 minutos ou até que região fique levemente adormecida.

- Se sofreu uma episiotomia ou lacerações prévias, preste especial atenção ao tecido de cicatrização que, geralmente, não é tão elástico e é onde a massagem deve ser feita mais intensamente, com cuidado.

- Massage em volta e por dentro da região mais externa da vagina e seus tecidos, onde ela se abre, e mantenha sempre a lubrificação.

- Use seus polegares para puxar um pouco os tecidos, forçando-os a abrirem-se, imagine como seria se a cabeça do seu bebé estivesse fazendo esse movimento na hora do parto.

- Se seu parceiro estiver fazendo a massagem, pode ser muito útil que ele use os polegares. A sensação pode ser mais bem percebida por você, mas não deixe de guiá-lo com suas sensações para que ele saiba qual a pressão que deve utilizar. Nesta massagem, quando ela está sendo feita pelas primeiras vezes, é comum que seja possível usar somente um dedo, até que a musculatura seja trabalhada e possa ser estendida.

ATENÇÃO:

1. Evite mexer no ou abrir o orifício da uretra (logo acima da vagina) para evitar infecções urinárias.

2. Não faça massagens no períneo se você tiver lesões ativas de herpes (isso pode causar o aumento da área das lesões).

3. Pode começar essas massagens em torno da 34a semana de gravidez. Se já passou da 34a semana e ainda não começou, não desista! A massagem pode trazer-lhe benefícios ainda assim. Pode fazê-la pelo menos uma vez por dia.

4. Lembre-se que a massagem sozinha não vai proteger seu períneo, mas ela é parte de um grande esquema. Escolher uma posição vertical para parir (de cócoras, de joelhos, sentada etc.) favorece a distribuição de pressão no períneo. Se escolher parir deitada de lado, isso também reduz muito a pressão no períneo. Deitada de costas, totalmente na horizontal, é a posição para parir em que há mais chances de se provocar lacerações e necessidade de episiotomia.

Fonte: http://pregnancy.about.com
(Tradução da Bart - adaptação para Portugal: Américo Torres - HumPar)

Alívio da dor no trabalho de parto

Algumas medidas para o conforto durante o trabalho de parto:
A parturiente pode tentar todas as que quiser. Certifique-se de sentir-se confortável. O que propicia uma deliciosa sensação de alívio para uma mulher pode não servir para outra. E, com o avanço da dilatação, o que antes parecia confortável torna-se incómodo. Tanto a mulher quanto seus acompanhantes devem estar prontos para ir mudando as técnicas.

Ambiente:
· Pouca luz(velas por ex)
· Som “pacífico” (parecem ser melhores os sons da natureza (como pássaros, água correndo, ondas).
· Privacidade (em alguns locais isso é um pouco difícil, mas pode ser conseguido com um “isolamento” com cortinas improvisadas com lençóis, por exemplo.
· Aconchego
· Música

Físico:
· Caminhar
· Balançar a pelve
· Deitar sobre travesseiros
· Dançar “música lenta” com o parceiro
· Sentar na “bola de parto”
· Levantar o abdómen

Toque:
· Massagem
· Afagar/ acariciar
· Contrapressão na região lombar

Calor:
· Banho de banheira
· Banho de chuveiro
· Compressas quentes
. Água a escorrer sobre as costas/região lombar

Frio:
· Compressas frias
· Tecido frio para colocar no rosto

Cognitivo:
· Visualização
· Afirmação
· Atenção na própria respiração
· Padrões de respiração
· Não focar a atenção em nada (atenção a todos os sons, cheiros, sensações táteis sem focar)
· Meditar

Outros:
· Aromaterapia(em especial cheiros doces como amêndoas doces)
· Cromoterapia
. Homeopatia
· Vocalização
· Acompanhante ao parto
. Acupunctura
. Hipnose

Fonte:Amigas do parto e Roxana Knobel

Como e Porquê Amamentar?


Como e Porquê Amamentar ?

O ideal é que o bebé seja alimentado exclusivamente ao seio nos seis primeiros meses (evitando inclusive a água e certos chás). Mas a amamentação traz também grandes benefícios para os bebés depois dos seis meses! Segundo a Organização Mundial de Saúde os bebés deveriam ser amamentados, com complemento, no mínimo até ao 2º ano de vida.

Os benefícios da amamentação continuam mesmo para crianças maiores.

Mas, a amamentação, não traz benefícios apenas para o bebé. É muito importante também para a mulher, a família e até para o meio ambiente! Vamos saber porquê:

Vantagens para o bebé

De uma forma geral, as crianças que mamam ao peito são mais inteligentes. Um estudo feito na Nova Zelândia, durante 18 anos, com mais de 1.000 crianças provou que aquelas que foram amamentadas eram mais inteligentes e tinham maior sucesso na escola e universidade.

Todos os bebés precisam dum contacto íntimo com a mãe. Inúmeras pesquisas mostram que bebés que não tiveram contacto físico tem maior risco de adoecer e até de morrer. Na amamentação, o contacto físico é maior e proporciona à mãe e ao bebé um momento de grande aproximação diária. Essa ligação emocional muito forte e precoce pode facilitar o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com outras pessoas.

Mesmo com amor e em boa fé, os pais que responsabilizam outros pela amamentação dos seus filhos têm sempre uma tendência em deixar a criança a se alimentar por si própria (especialmente as crianças maiores), que além da inconveniência da falta de contacto físico, a criança está mais propícia em se engasgar ou ser vítima de outros problemas.

O desenvolvimento psicomotor e social dos bebés amamentados é claramente melhor e resulta, na idade de um ano, em vantagens significativas.

Leite materno contém endorfina, substância química que ajuda a evitar um pouco mais a dor. É uma boa ideia amamentar o bebé logo de início; ajuda a superar dores (como as resultantes de efeitos secundários de certas vacinas) e o próprio leite materno também reforça a eficácia da vacina.

O leite materno, contém todos os nutrientes de que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida.

Tem água em quantidade suficiente, mesmo em clima quente e seco o bebé que apenas mama no seio não precisa de água.
Contém proteínas e gorduras mais adequadas para a criança e na quantidade certa;

Também tem mais lactose (açúcar do leite) do que os outros leites;

Vitaminas em quantidades suficientes.

Tem ferro em quantidade suficiente. Não há grande quantidade de ferro, mas ele é bem absorvido no intestino da criança;

Quantidades adequadas de sais, cálcio e fósforo;

Uma enzima especial (lipase) que digere as gorduras, e por isso o leite não é "pesado" como outros. O leite materno é facilmente digerido e absorvido. A criança em aleitação materna exclusiva pode desejar uma nova mamada em intervalo menor do que aquela que está a ser amamentada por leite de lata ( maternizado).

Crianças que se alimentam ao leite de lata têm maior risco de obesidade na vida adulta.

Crianças em aleitação materna exclusiva, têm menos quadros infecciosos porque o leite materno é estéril, isento de bactérias e contém factores anti-infecciosos que incluem:

Células brancas vivas (leucócitos) que matam as bactérias (micróbios);
Anticorpos (imunoglobulinas contra muitas das infecções mais comuns. Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir os seus próprios anticorpos. Se a mãe tiver uma infecção, os anticorpos logo aparecem no seu leite;

Uma substância chamada factor bífido que facilita o crescimento de uma bactéria especial (Lactobacíllus bifidus), no intestino da criança. Essa bactéria impede que outras cresçam e causem diarreias e certas enterites;

Lactoferrina que se associa ao ferro, impede o crescimento de bactérias patogénicas (ou seja, bactérias que provocam doença) que necessitam deste nutriente.

O leite de vaca, também contém factores imunológicos de óptima qualidade, mas para o bezerro. Esses factores só funcionam para a própria espécie, ou seja, não é tão eficaz de um animal para outro de espécie diferente. Contudo, alguns desses factores até poderiam funcionar, mas eles são destruídos pela armazenagem e pela fervura do leite.

Nos bebés, o acto de sugar o seio é importante para o desenvolvimento das mandíbulas. Bebés que mamam têm de usar 60 vezes mais energia para conseguir o alimento que aqueles que mamam pelo biberão.

Como as mandíbulas são músculos esses são excelentes exercícios que proporcionam o crescimento saudável de mandíbulas bem formadas.

Entre as crianças, quanto maior o período de amamentação, menor o risco de má-oclusão.

Por outro lado, o biberão com açúcar, especialmente oferecido à noite, é causador de cáries precoces.

Dificuldades de fala e com a língua são frequentes em bebés alimentados com biberão porque eles tentam fazer com que o leite flua de um bico artificial. Pode levar a problemas de fala, assim como a respirar pela boca e morder os lábios, entre outros.

Crianças alimentadas com biberão têm maior risco de desenvolver alergias. Essa questão é particularmente importante no caso de famílias com histórico de asma e outras doenças alérgicas.

Otite média é 3-4 vezes mais comum entre as crianças alimentadas com biberão do que as alimentadas ao seio.

Amamentação protege o bebé contra certos problemas da visão.

Leite materno não contém materiais modificados geneticamente. A maioria dos consumidores não sabe o que está a comer e cada vez mais se utilizam alimentos transgénicos, que não são devidamente controlados para já. Em estudos efectuados nos EUA com leites de soja : Alsoy, Similac, Neocare, Isomil and Enfamil Prosobee, todos contêm modificações genéticas. ("Biotechnology's Bounty", M.Burros, N.Y. Times 05/21/97).

Vantagens para a mãe

A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa. Não existe nada melhor que olhar um bebé de cinco meses de idade e saber que toda a nutrição que ele precisa vem de da própria mãe!

Proporciona mais rapidez na diminuição do volume do útero e evita a hemorragia no pós-parto.

A amamentação estimula a produção de oxitocina, que estimula as contracções que vão diminuir o tamanho do útero e expulsar a placenta. Essas contracções também agem nos vasos sanguíneos da mulher diminuindo as hemorragias.

A mulher que amamenta tem menos risco de contrair cancro de mama;

Segundo estudos efectuados, se todas as mulheres que não amamentaram ou amamentaram menos de 3 meses tivessem amamentado por 4 a 12 meses, o cancro de mama entre mulheres na pré-menopausa poderia ser reduzido em 11 por cento, em relação aos números actuais. Se todas as mulheres amamentassem por 24 meses ou mais, essa incidência seria reduzida em quase 25 por cento!

Mulheres que foram amamentadas, quando crianças, mesmo que apenas por um tempo curto, tiveram um risco 25% mais baixo de desenvolver o cancro de mama do que as mulheres que foram amamentadas ao biberão.

A amamentação exclusiva protege contra a anemia (deficiência de ferro). Já que as mulheres amamentando exclusivamente, demoram mais tempo para serem menstruadas, as suas "reservas" de ferro não são diminuídas com o periodo menstrual;

A amamentação diminui o risco de osteoporose na vida adulta. A incidência de mulheres com osteoporose que não amamentaram foi 4 vezes maior (Blaauw, R. et al. "Risk factors for development of osteoporosis in a South African population." SAMJ 1994; 84:328-32;

A amamentação estabiliza o progresso de endometriose materna. Não amamentar aumenta o risco de desenvolver cancro do ovário e cancro do endométrio.

Pode ajudar a intervalar o intervalo das gestações, mas atenção, isso só acontece em certas condições especiais.

Amamentar ajuda a mulher a voltar ao peso normal bem mais rapidamente;

Amamentar é muito prático! Após o período inicial, de adaptação, fica muito mais tranquilo. Observe mulheres que amamentam bebés maiores. Tudo que a senhora necessita é levantar a blusa e dar o peito para o bebé. Não necessita sair para comprar leites e biberões, não precisa ferver o equipamento, aquecer o leite, mexer, etc. Se a senhora dormir com o bebé na mesma cama, não precisa de se levantar para preparar o leite, basta tirar o peito e colocar perto da criança; ela faz o resto.

O leite materno está sempre na temperatura ideal, não necessita em se preocupar se está frio ou vai queimar a boca do bebé! Além de que nunca azeda ou se deteriora na mama.

Vantagens para a família

A amamentação é mais económica para a família.

Como os bebés amamentados adoecem menos, os pais desses bebés têm menos problemas a cuidar de crianças doentes, e tal significa mais tempo para toda a família;

Melhora a qualidade de vida das crianças e de toda a família.

Vantagens para Todos

Amamentar é um Acto Ecológico! Se cada mulher dos EUA desse leite de biberão ao seu bebé, seria preciso quase 86,000 toneladas de alumínio para produzir 550 milhões de latas por ano. Se cada mulher da Inglaterra amamentasse, seriam economizados 3000 toneladas de papel para os rótulos dos leites infantis.

Mas o leite não é o único problema. Biberões e bicos são feitos de plástico, vidro, borracha e silicone. A produção desses materiais é cara e constantemente não são reaproveitados. Todos esses produtos usam recursos naturais, causam poluição na sua produção e distribuição e também criam um lixo no seu empacotamento, promoção e exposição.

Fonte: CLINOTÁVORA


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O que é uma doula?

Uma doula é geralmente uma mulher com experiência de maternidade, que está ao lado da mãe durante o seu parto, ajudando-a a sentir-se segura de modo a que ela consiga mais facilmente dar à luz.

Geralmente, a doula conhece a futura mãe durante a gravidez, estabelecendo-se entre elas uma relação de empatia e confiança, importante para o acompanhamento do parto que acontecerá mais tarde. Ao longo da gravidez, a doula ouve os pais acerca dos seus anseios, expectativas e desejos relativamente ao parto, ajuda a esclarecer dúvidas, orienta na busca de informação de qualidade, e sobretudo transmite confiança e tranquilidade no processo do parto à mulher e ao seu companheiro.

Durante o trabalho de parto, a doula está com a mãe, mantendo uma presença discreta, tranquilizadora e criando uma esfera de protecção à sua volta, assegurando a satisfação das suas necessidades básicas, privacidade, segurança, luz atenuada, redução do uso de linguagem e conforto térmico, favorecendo assim o bom desenrolar do trabalho de parto fisiológico.

No hospital, a doula é um recurso particularmente precioso pois aí o pessoal médico não tem disponibilidade para prestar assistência personalizada, e o pai muitas vezes não se sente verdadeiramente confortável por estar ao lado da mãe, nem sabe como ajudar e pode pôr a mãe mais nervosa. O homem também liberta facilmente adrenalina que é contra-producente à progressão do trabalho de parto da sua mulher. Mas é importante esclarecer que a doula não pretende ser uma substituta do pai. Cada um tem o seu papel. Ela transmite tranquilidade também ao pai, podendo ajudá-lo a prestar um melhor apoio à sua companheira, ou sentir-se à vontade para se afastar e descansar um pouco, por exemplo. A mãe assim pode relaxar, sabendo que não está a colocar essa pressão sobre o pai de a acompanhar em todo o processo. A doula constitui um apoio não só à mãe como ao casal, sendo que o seu objectivo é sempre criar um ambiente harmonioso à volta da mãe, e reduzir a sua ansiedade, pois é isso que facilitará o trabalho de parto. A doula funciona também como uma interface entre a mãe e o pessoal hospitalar, defendendo os seus interesses e desejos quanto ao seu parto.

O apoio da doula continua no pós-parto, através de algumas visitas à mãe, preparando um chá ou uma refeição, ou até auxiliando em pequenas tarefas domésticas que permitam à mãe passar mais e melhor tempo com o seu bebé nos primeiros dias. Noutros países existem as doulas de pós-parto especializadas neste tipo de assistência.

A doula é nos dias de hoje uma profissional da humanização do parto, que vê o parto como um evento normal e pleno de significado na vida das mulheres, e o compreende como um processo fisiológico, que não pode ser desligado das dimensões física, psicológica, sexual, afectiva e espiritual do ser feminino.

Fonte: Doulas de Portugal - Carla Guiomar